(E por que essa pergunta precisa de uma resposta clara)
Em tempos de ataques sofisticados, regulamentações cada vez mais exigentes e exposição digital crescente, a segurança da informação deixou de ser apenas um tema técnico. Tornou-se um tema estratégico — e, como tal, precisa de liderança, prioridade e responsabilização bem definidas.
Mas em muitas empresas, a resposta à pergunta “Quem é o responsável por segurança aqui?” ainda é vaga. Às vezes, a área de TI “cuida disso”. Outras vezes, o jurídico “acompanha”. O compliance “se envolve”. O risco “monitora”.
E, nesse emaranhado de intenções, responsabilidades e fronteiras difusas, a segurança acaba sem dono.
Quando ninguém é responsável, todos correm risco
A ausência de uma liderança clara em segurança da informação cria um cenário perigoso: o da falsa segurança.
As iniciativas são pontuais, reativas, e quase sempre impulsionadas por exigências externas — um auditor, uma multa, um incidente.
Sem uma figura ou área responsável por conduzir a estratégia, monitorar riscos, priorizar investimentos e responder a incidentes com autoridade, a organização perde tempo, eficiência e resiliência. E isso não é um problema técnico — é um risco de negócio.
Segurança não acontece por inércia
Não basta ter ferramentas implementadas ou políticas no papel.
A segurança precisa de governança: processos, métricas, accountability e, principalmente, liderança.
Quem define as prioridades?
Quem responde em caso de incidente?
Quem aprova o orçamento?
Quem conversa com o board?
Se essas respostas não forem objetivas e conhecidas internamente, a empresa está exposta — mesmo que não perceba.
O papel da alta liderança na definição de ownership
A segurança da informação deve estar ancorada na liderança executiva.
Isso não significa, necessariamente, que o CISO precise responder diretamente ao CEO — mas sim que exista clareza sobre o papel, autonomia e escopo da função responsável por proteger o negócio.
Empresas maduras têm um responsável nomeado, com mandato claro, voz estratégica e atuação transversal.
Empresas imaturas diluem a responsabilidade — e contam com a sorte para evitar crises.
Conclusão: clareza gera ação, ambiguidade gera inércia
Organizações que não sabem quem responde por segurança normalmente também não sabem como responder quando algo acontece.
Por isso, a pergunta que abre este artigo não é meramente retórica.
Ela é um termômetro da maturidade da sua empresa.
E talvez, mais importante ainda: ela é o ponto de partida para qualquer evolução real.