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Durante anos, segurança da informação foi vista como um tema técnico. Uma questão de firewalls, senhas fortes, backups e antivírus. Algo que se resolvia “lá com o pessoal de TI”.

Mas essa abordagem já não é suficiente — e, na maioria dos casos, é perigosa.

Com o avanço da transformação digital, a segurança deixou de ser um requisito técnico para se tornar um fator estratégico. Hoje, a exposição digital de uma empresa cresce a cada nova iniciativa de negócio: integração com parceiros, expansão para canais digitais, uso de soluções em nuvem, automações, APIs, IA generativa.

E tudo isso significa mais pontos de risco.

Quando a tecnologia evolui, o risco se expande junto

Imagine uma empresa que decide digitalizar seu processo comercial, integrando seu ERP com um CRM em nuvem. Essa é uma decisão de negócio, voltada à melhoria de performance e experiência do cliente. Mas ela também envolve a troca de dados sensíveis entre sistemas, acesso remoto de equipes e possível exposição de vulnerabilidades — especialmente se as integrações forem feitas às pressas ou sem acompanhamento de segurança.

Outro exemplo: ao adotar um modelo de trabalho híbrido, muitas empresas abriram acesso externo à rede interna, aumentaram a dependência de SaaS e criaram fluxos alternativos de dados. Novamente, a decisão foi de negócio — mas a superfície de ataque foi redesenhada.

A quem cabe decidir o apetite de risco?

Aqui está o ponto-chave: TI executa. Mas quem decide é o negócio.

TI pode (e deve) alertar sobre riscos, propor controles, monitorar vulnerabilidades. Mas quem define o nível de risco aceitável, quem aprova orçamento para mitigar vulnerabilidades, quem define prioridades e trade-offs, é a liderança executiva.

É por isso que segurança não pode ser tratada como um projeto isolado de TI. Ela precisa estar presente desde a concepção de cada iniciativa estratégica — como parte da discussão sobre viabilidade, impacto e retorno.

Segurança como diferencial competitivo

Empresas que tratam segurança com seriedade constroem mais do que proteção: constroem confiança. De clientes, investidores, parceiros e até do próprio time interno.

Ter uma governança clara de riscos, métricas de segurança alinhadas à estratégia e planos de resposta testados não é apenas “cumprir compliance” — é garantir continuidade de negócio, reduzir perdas, evitar multas e proteger a reputação.

Em tempos de ataques cibernéticos cada vez mais sofisticados, a segurança se torna um ativo de valor — e um diferencial competitivo real.

Conclusão

A pergunta que líderes devem se fazer não é “como estamos protegendo nossos dados?”, mas sim:
“Nossa estratégia considera segurança desde o início — ou seguimos remediando depois do incidente?”

Porque segurança não é um gasto.
É uma escolha consciente de proteger valor.
É uma decisão de negócio.

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