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O livro “Cartas de um diabo ao seu jovem aprendiz” é uma obra que revela os bastidores da tentação e da corrupção humana, através de uma correspondência fictícia entre um demônio veterano e outro novato. O autor, C. S. Lewis, é um dos maiores escritores cristãos do século XX, conhecido por obras como “As crônicas de Nárnia” e “Cristianismo puro e simples”. Ele apresenta neste livro uma sátira inteligente, divertida e profunda sobre as armadilhas do mal.

Cada carta é um conselho do demônio Screwtape ao seu sobrinho Wormwood, que tem a missão de levar à perdição a alma de um homem britânico, chamado apenas de “paciente”. Screwtape ensina ao seu aprendiz as melhores estratégias para seduzir, enganar e desviar o paciente do caminho da fé, da virtude e da salvação. Ele mostra como se aproveitar das fraquezas, dos vícios, das dúvidas e dos medos do paciente, e como usar as circunstâncias da vida, como a família, os amigos, o trabalho, a guerra, o amor e a morte, para afastá-lo de Deus.

O livro é escrito com uma linguagem irônica, sarcástica e perspicaz, mas também séria, crítica e desafiadora. O leitor é convidado a refletir sobre as suas próprias tentações, as suas próprias escolhas e as suas próprias consequências. O livro é uma fonte de alerta, de orientação e de sabedoria para quem busca uma vida mais plena, autêntica e cristã.

As cartas de Screwtape abordam temas como:

  • A importância de manter o paciente distraído, confuso e superficial, para que ele não pense nas questões essenciais da vida e da fé.
  • A importância de explorar o orgulho, a vaidade, a inveja e o ressentimento do paciente, para que ele se sinta superior, insatisfeito e amargurado.
  • A importância de estimular o egoísmo, a preguiça, a gula e a luxúria do paciente, para que ele se torne escravo dos seus desejos e prazeres.
  • A importância de enfraquecer a oração, a leitura bíblica, a igreja e a comunhão do paciente, para que ele se afaste da graça, da verdade e do amor de Deus.
  • A importância de aproveitar as crises, as dificuldades, as dores e os sofrimentos do paciente, para que ele duvide, se revolte e se desespere de Deus.
  • A importância de evitar que o paciente se arrependa, se converta, se santifique e se salve, para que ele permaneça no domínio, na mentira e na condenação do diabo.

Destaques:

A carta 20 (na minha edição) é uma das mais interessantes e provocativas do livro, pois nela Screwtape explica ao seu sobrinho Wormwood como usar a sexualidade e a moda para afastar o paciente de Deus. Screwtape diz que a sexualidade e a moda são coisas boas, mas que podem ser distorcidas e pervertidas pelos demônios. Ele diz que os demônios devem fazer com que o paciente se sinta insatisfeito com o seu corpo, com o seu parceiro e com a sua vida sexual, e que o façam seguir as tendências impostas pelos artistas, estilistas e outros influenciadores, que mudam constantemente e que não têm nada a ver com a beleza, a verdade ou a bondade. Screwtape diz que o objetivo é fazer com que o paciente perca o senso de realidade, de identidade e de propósito, e que se torne um escravo da sua vaidade, da sua luxúria e da sua inveja, algo que está cada vez mais em voga atualmente.

O capítulo “Screwtape propõe um brinde” é um complemento ao livro “Cartas de um diabo ao seu jovem aprendiz”, publicado originalmente como um artigo na revista The Saturday Evening Post em 1959. Neste capítulo, Screwtape faz um discurso após o jantar no Colégio de Treinamento dos Tentadores, para um grupo de jovens demônios. Screwtape fala sobre os desafios e as oportunidades de tentar as almas humanas na época moderna, e critica a educação, a política, a democracia, a igualdade, a tolerância e a liberdade. Screwtape defende que os demônios devem fazer com que os humanos se tornem medíocres, conformistas, ressentidos e desumanos, e que se afastem da excelência, da diversidade, da gratidão e da humanidade. Apesar de ter sido escrito em 1959, é assustadoramente atual e reflete bem como estamos nos afastando da moral cristã nesses dominios citados acima, e nos dirigindo a uma realidade moral que só poderia ter sido imposta pelo próprio Diabo.

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