Nos bastidores da segurança da informação corporativa, uma das práticas mais antigas — e ao mesmo tempo mais negligenciadas — é o backup. Toda empresa que se preze possui alguma política de backup. Algumas automatizam processos, outras investem em soluções de ponta. Mas poucas testam, de fato, se o backup pode ser restaurado.
E é aí que mora o risco.
Backup ≠ Recuperação
Ter backup não é sinônimo de segurança. Só há segurança real quando a recuperação foi testada e validada. Já acompanhei incidentes em que o backup estava presente — mas corrompido. Em outros, a restauração demandava licenças que expiraram. Ou o responsável pela rotina saiu da empresa sem deixar documentação.
Esses são exemplos de riscos silenciosos que não aparecem em dashboards… até o momento do desastre.
O que está em jogo?
- Parada total da operação por horas ou dias
- Perda irreversível de dados de clientes
- Comprometimento de compliance e governança
- Danos à reputação da marca
- Possível impacto financeiro e jurídico
Se você está apostando que o backup vai funcionar sem nunca ter testado, você não tem um plano de continuidade — tem apenas uma esperança.
Boas práticas mínimas
- Testes regulares de restauração — especialmente dos dados mais críticos.
- Rotina documentada e automatizada, com logs auditáveis.
- Offsite ou cloud backup, para resiliência a incidentes físicos ou ransomware.
- Responsabilidade clara, com governança sobre o ciclo de vida dos dados.
- Integração com o plano de continuidade de negócios (PCN).
Conclusão
Backups são como extintores: precisam estar acessíveis, funcionais e prontos para uso imediato. Ignorar isso pode transformar um incidente gerenciável em um desastre corporativo.
Quando foi a última vez que sua empresa testou a restauração de um backup crítico?
Se a resposta não for “recentemente”, talvez seja hora de rever seus processos.